Setembro Amarelo - Depressão nas organizações.
Setembro amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Há quem ache besteira! “Por que devemos falar sobre este assunto por um mês inteiro?”. Quando, na verdade, deveríamos falar sobre suicídio, depressão, ansiedade, não só por 30 dias, e sim por todo o ano.
Vamos pensar no impacto da depressão no nosso ambiente de trabalho. Em uma organização convivemos diariamente com diversas pessoas ao nosso redor, e muitas vezes não percebemos que o colega ao nosso lado está passando por um momento de sofrimento. Às vezes até percebe-se algo estranho, mas por falta de conhecimento pensa-se ser mal humor, preguiça, estresse, falta de vontade no trabalho. É válido lembrar que nem sempre a pessoa que está com depressão, está triste ou deprimida em todos os momentos do seu dia. Trata-se de uma doença psicológica que se manifesta de diversas formas diferentes e possui vários sintomas. E várias são as consequências dela no ambiente de trabalho. Um colaborador depressivo pode apresentar uma grande queda na produtividade, desânimo e cansaço no trabalho, alteração na concentração e humor, perda de interesse nas atividades, afastamento no contato com os colegas, e até levar à demissão.
Apesar de ser considerada a “doença do século” e ser a causa de em torno de 800 mil pessoas cometerem suicídio anualmente no Brasil (segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde), ainda vemos muitos comentários infelizes de que a depressão é bobagem, frescura, que fulano está fazendo drama ou quer chamar atenção, que o colega de trabalho a usa como desculpa para ficar em casa ou não realizar todas as suas atividades. A conscientização de que a depressão é uma doença séria e perigosa é necessária para levar o conhecimento às pessoas e quem sabe assim salvar a vida de algumas das 12 milhões de pessoas que poderiam chegar ao extremo. O ato do suicídio não é a procura pela retirada da vida, é a tentativa de acabar com o sofrimento intenso.
Você já pensou como é sentir uma dor tão insuportável, a ponto de tirar a sua própria vida? Eu torço para que não, mas vale a reflexão. Em qualquer situação, antes de julgar o próximo entenda o que está acontecendo com este amigo, familiar, colega de trabalho ou até mesmo um desconhecido. Seja solidário, nós nunca sabemos o que cada pessoa enfrenta. Por trás de muitos comportamentos podem se encontrar angústias, sofrimentos e tristezas.
Cuide também (e principalmente) de você e da sua saúde mental, a vida é o bem mais precioso que recebemos a chance de aproveitar. E se precisar, fale com alguém, peça ajuda. Há opções como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar. Os atendimentos são feitos por pessoas treinadas, e ocorrem sob total sigilo, por telefone, email ou chat, disponíveis todos os dias. O contato deles é através do número 188, ou pelo site https://www.cvv.org.br/.
“Viver é a melhor opção, plante flores e floresça a sua alma, diga sim à vida.”