O que os gestores estão pensando e buscando nas pessoas?

O que os gestores estão pensando e buscando nas pessoas?

 

                     Telma Esmerio

                                             Administradora de Empresas

Diretora da Acerte Assessoria Empresarial

 

            Estive ministrando um curso  para líderes e gestores de empresas e inicialmente solicitei aos participantes que escrevessem em uma folha, na opinião de cada um, o que eles consideravam a “qualidade nº 1”, ou seja, a mais importante de um profissional hoje nas empresas.

 

            Quando todos revelaram isso ao grande grupo no curso, qual foi o resultado? No total 75% da turma escreveu na sua folha a palavra comprometimento. E a seguir mostrei para eles na minha apresentação a lista que na minha opinião eram as características que mais faltavam nas pessoas hoje no mercado de trabalho. E qual era a primeira característica que mais faltava na minha percepção deste atual mercado? Novamente comprometimento!

           

Realmente faz muito sentido tudo isso! Tenho percebido e sentido no dia a dia que o comprometimento faz muita diferença nos profissionais.

 

            As pessoas muitas vezes entendem como uma "obrigação" cumprir acordos estabelecidos no seu trabalho, quando isso na verdade é sim parte fundamental para que sua carreira seja bem sucedida.

 

            É lógico que existem vários fatores que contribuem diretamente para o comprometimento ou não do funcionário com a empresa, e que certamente impactam no trabalho e no desempenho das pessoas.

 

            Uma pesquisa recente a nível mundial revelou que apenas 13% dos profissionais no mundo estão comprometidos com seu emprego. Estes profissionais são aqueles que estão dispostos a trabalhar mais, entregar melhores resultados para a empresa e para a sociedade e ganhar menos.

 

            Nesta mesma pesquisa foram citados o que mais agrada e o que mais desagrada as pessoas nas mais diferentes empresas no mundo. Então vejamos abaixo as respostas:

            Elogios mais frequentes:

• Aprendizado: 28%
• Ambiente bom: 26%
• Progressão na carreira: 25%
• Benefícios corporativos: 21%
• Reconhecimento: 15%
• Salário: 11%
• Colegas legais: 10%
• Orgulho: 9%
• Treinamento: 8%
• Colegas competentes: 8%

                       

            Reclamações mais frequentes:

• Salário: 28%
• Liderança e gerentes fracos: 28%
• Sem reconhecimento: 22%
• Não meritocrática: 17%
• Pressão excessiva: 17%
• Falta de qualidade de vida: 14%
• Falta de progressão na carreira: 12%
• Plano de carreira ruim ou inexistente: 11%
• Benefícios corporativos: 10%
• Processos, sistemas e ferramentas ruins: 10%                 

 

            Eu acredito também que existem outros fatores que interferem no comprometimento dos funcionários dentro de uma organização.

 

            Vivemos um cenário complexo onde os jovens que estão entrando no mercado de trabalho não são adequadamente preparados pelas suas famílias, e assim acabam refletindo isso na escola e depois nas empresas. Sendo assim o assunto é mais profundo do que parece ser, pois tudo que recebemos de estímulos e informações antes de nossa vida profissional vai refletir no trabalho posteriormente.

 

            Um exemplo disto é um estudante que não tem o menor interesse pelos estudos, acorda "na marra" para ir à aula (quando acorda), "dorme" nas aulas, tem preguiça de ajudar em qualquer atividade em casa, e quando vai procurar emprego normalmente são os pais que "empurram" e decidem o que é melhor para ele (ou ela). E aí a pergunta: será que este jovem será alguém comprometido com o trabalho?

           

A resposta é óbvia. Tenho comentando isso com diversas pessoas que convivo e conheço, e cada dia mais me convenço de que a base familiar e os exemplos recebidos em casa, na escola e no círculo de relacionamento destes jovens vai afetar diretamente sua postura no mercado de trabalho, e assim afetará no seu comprometimento.

 

            Por conta disto os jovens estão amadurecendo profissionalmente cada vez mais tarde. Se olharmos o passado nossos pais e avós começaram a trabalhar bem mais cedo, e valorizavam conquista a conquista. E agora o que acontece? O jovem muitas vezes se "assusta" quando escuta a palavra "trabalhar".

           

Lembre-se:

            Sentir-se parte ativa e viva nos resultados da empresa é sinal de comprometimento.

            Dar algo mais além do esperado é demonstração de comprometimento.

            Estar feliz com o sucesso da sua empresa é amostra de comprometimento.

            Não trabalhar somente pelo salário que recebe no final do mês é prova de comprometimento.

            Comprometer-se com o seu sucesso profissional é compromentimento!

            Mas sabemos que existem também muitos outros aspectos que os gestores buscam encontrar nos profissionais de suas empresas, além do comprometimento, tais como: iniciativa, senso de priorização de tarefas, facilidade no trabalho em time, boa comunicação, organização, enfim.

            Vale para uma reflexão em cimas de todas essas informações e condutas; é importante termos humildade e entendermos o que nos falta de fato.

            Para isso nada melhor que o exercício do "espelho espelho meu".